partos

Estado busca hospitais para realizar partos na região

Thays Ceretta

Fotos: Divulgação Husm
Prefeitos e secretários de Saúde da região estiveram reunidos com o Secretário adjunto de Saúde do Estado, Francisco paz para expor o problema

Preocupados com a situação das gestantes de Santa Maria e da região, integrantes do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde da Região estiveram reunidos com o secretário adjunto de Saúde do Estado, Francisco Paz, para expor o problema que os municípios vem enfrentando desde o ano passado, principalmente quando a maternidade do Hospital Casa de Saúde fechou, em novembro, depois que os médicos paralisaram as atividades por falta de pagamento.

A reunião ocorreu sexta-feira, em Porto Alegre, e contou também com a presença de representantes do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O motivo da reunião foi a regionalização dos partos, que é um plano de trabalho do governo do Rio Grande do Sul.

Para tentar resolver o problema de superlotação no Husm e melhorar o atendimento às gestantes, vai ser feito um levantamento com os hospitais da região para analisar qual deles tem estrutura, equipe necessária e aceita fazer a regionalização dos partos para então assumir a demanda de baixo risco. O Estado se comprometeu a conceder incentivos ao hospital que prestar o serviço.

Conselho de Saúde e MPF pedem solução para superlotação do Hospital Universitário

A Casa de Saúde foi o primeiro hospital que assinou o contrato da regionalização dos partos, no ano passado, e, em novembro, parou de atender, repassando a demanda de serviços obstétricos para o Husm. O hospital é referência para atender partos de alto risco e, com a grande procura, acaba comprometendo o processo de assistência, já que está fazendo, também, partos de risco habitual. Conforme a secretária de Saúde de Santa Maria, Liliane Mello, todos os gestores, prefeitos e secretários da região estão preocupados com essa situação e, por isso, procuraram o governo do Estado.

- O Estado acenou a possibilidade de um novo local para fazer os atendimentos a gestantes de risco habitual, pois existem outros municípios da região que entendem que podem dar esse suporte, visto que a Casa de Saúde está sem atender. A gente espera que o serviço volte, até porque não gostaríamos que essa demanda deixasse de vir para a cidade. Isso não só preocupa como tira o sono - desabafa Liliane.

Se a situação já não é boa para quem mora em Santa Maria, imagina para as gestantes que precisam viajar cerca de 100 quilômetros para fazer uma consulta ou para ganhar o bebê. Cenário que foi apresentado pelo secretário de Saúde de Cacequi, Leonor Maurer.

- Em nome do conselho, a gente pediu uma reunião com o Estado porque estamos sem assistência na região, e o Husm está sempre superlotado. Aqui, no município, três crianças nasceram mortas por falta de assistência, e outras três nasceram dentro da ambulância. Isso é muito triste. Temos situações em que as mulheres chegam no Husm depois de percorrerem cerca de 150 km e, se não tem sinal para o parto, voltam para casa. Daí temos que andar mais 120 km. O hospital não tem culpa, está sendo parceiro com todos, pois acabou absorvendo toda a demanda - lamentou Leonor.

Fechamento da maternidade da Casa de Saúde superlota o Husm

Ao final da reunião, ficou definido que o delegado da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Roberto Schorn, entrará em contato com os hospitais da região para efetuar o levantamento.

- Vamos continuar conversando com a Casa de Saúde para voltar a fazer os partos e também com hospitais de Faxinal do Soturno, São Pedro do Sul e São Sepé, que podem absorver esse serviço. O Estado está preocupado com essa situação e estamos procurando alternativas e pressionando os hospitais a realizar os partos de baixo risco pelo SUS - explicou Schorn.

Ainda conforme o coordenador da 4ª, a maioria dos hospitais tem estrutura, mas a grande dificuldade é a falta de profissionais e assumir o serviços.

A RESPOSTA DA CASA DE SAÚDE
A reportagem tentou contato com o administrador do complexo, Rogério Carvalho, e não obteve retorno. Já a diretora da Associação Franciscana de Assistência à Saúde, irmã Ubaldina Souza e Silva, disse por telefone que não está na cidade e que não poderia responder as perguntas. O titular da 4ª CRS informou, ainda, que o Estado não deve mais nada para a Casa de Saúde, tendo feito todos os repasses.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Grupo gestor de cuidados a vítimas da Kiss quer renovar convênio Anterior

Grupo gestor de cuidados a vítimas da Kiss quer renovar convênio

Próximo

Divulgado cronograma da unidade móvel de saúde para os distritos

Saúde